Um verso, dois versos, três versos paraplégicos

E quando os pássaros se calam

E nada mais faz sentido

Quando eu grito, eu choro e perco o juízo

É tudo muito prolixo.

É como o vento, suave, forte, mestiço.

É como a lua, alta, linda e sozinha.

É como o amor, triste, feliz, grotesco ou conciso.

Evitar a dor de hoje é esdrúxulo

Como o súbito sopapo na cara

O que vir amanhã? O que é hoje? E por que aconteceu ontem?

Faltam-me versos, vocábulos, letras, palavras por incomensurável dor

À noite sento ao meu jardim

Parafraseio versos, grito, choro e penso...

As sombras encobrem meu rosto em lua de cetim

Onde uivam os grandes amores.

Fico a pensar, se o tempo não andasse seria um castigo de Deus

E se ele parasse nesta monotonia que já é o dia

Só sobraria eu e minha agonia.

Geovanny Lino Coutinho
Enviado por Geovanny Lino Coutinho em 08/10/2007
Código do texto: T685616