Amor de chuva

O vento enamorou a nuvem

mas correu pela terra,

de ciúmes a nuvem chorou.

O mundo todo se anuviou

Raios e trovoadas.

O vento fumou o cigarro

deitou relva e mata,

mata burro e tamburete,

vôou a farinha do jarro

correu por dentro da casa

levantou a saia da rede,

A chuva se apresentou

echeu pia e caldeirão

molhando a toda calmaria,

com toda a agua que quedou

transbordou o ribeirão

pintou de cinza o dia,

A nuvem morreu de tristeza

sumiu para não mais voltar.

O vento, arrependido

parou sobre a terra,

parou de ventar.

Mas nenhum amor é vão!

nenhum amor é falho!

e este não foi excessão

deixou filhos a relação,

Garoa e orvalho.

Walério de Andrade Menezes
Enviado por Walério de Andrade Menezes em 09/10/2007
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