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Contemplo o asfalto reluzente, de longe parece aceso. Quanto da noite é você?

Quanto de sua pele estampada nos muros onde meu olhar vagueia.

Quanto de mim nesta teia de úmidos caminhos. Dos carros, quantos rugidos ouvirei sozinho, sonhando em silêncio, o corpo coberto de sombras.

Que palavras procuro se já estão entre seus dentes, tragadas no derradeiro beijo.

Quanto deste exílio é voluntário.

Quanto de meu peito libertário terei relegado ao mau tempo. Que importa...

O porta voz desse amor segue seu curso, ileso. Leva nos bolsos a curta mensagem borrada de chuva, imersa em desejo.

ROSE VIEIRA
Enviado por ROSE VIEIRA em 21/02/2020
Código do texto: T6871550
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