As cinzas

Jaz ali, enternecida,

no asfalto, rés do chão

a fantasia adquirida

a duras penas e algum pão

Não há mais nada a fazer,

cumpriu o seu papel anual.

agora, só no ano vindouro

Só no próximo carnaval.

As cinzas acumulam-se

sobre vistosas lantejoulas

Ofuscando o seu brilho

Nada mais reluz, induz

Sentimentos, solidão!

Referência:

MALLMITH, Décio de Moura. As Cinzas (Poesia). In Zero Hora, coluna Almanaque Gaúcho, ISBN: N/C. Porto Alegre/RS, nº 19.650, Ano 56, p. 40, 05/03/2020.