Sem ela

Borboletas de olhos insones engolem saúvas,

begônias,

tempestade.

Quatro anos de chuva não dariam conta de transbordar a expansão da ausência.

O marulhar da alma num vai e vem dissonante;

lembrança arrebentando na beira dos olhos.

Grãos de areia estalam entre os dentes,

uma sensação dura e espessa que eriça dores.

Sonhos que ficaram ainda por nascer

adentram a vida estagnada à beira do abismo.

Mais um dia suspenso

a triturar

uma a uma

cada possibilidade.

Talita Fernanda Sereia
Enviado por Talita Fernanda Sereia em 17/04/2020
Reeditado em 17/04/2020
Código do texto: T6920148
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