Margem do rio

Existem em mim duas vertentes

O que sou e o que querem que eu seja

Às vezes coincidem, se misturam,

Outras confrontam,

Cada um pra um lado,

Tencionam em partir,

Mas eu sou só uma,

Tento conciliar,

Errar não é natural,

O rio tem que desembolsar,

Seja qual for o mar,

O seu, o dele ou de qualquer outro,

Nunca se vai sozinha,

Levo comigo, consigo, de tudo,

A paisagem nem sempre é bonita,

Não depende só de mim,

Tem toda a terra, as arvores, o ar,

E tem os outros rios, perenes ou não,

Mas não posso esperar,

Ficar é loucura, é seca na certa,

Tenho que desembolsar,

Seja qual for o mar,

Não dá pra ficar a vida toda a margem do rio,

Esperando a corrente certa.

Francine Medeiros
Enviado por Francine Medeiros em 13/10/2007
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