Milho Verde

Ao viajar para Milho Verde

Tinha uma vaga ideia do lugar

Será que Milho Verde arde?

Será que faz frio por lá?

Pensava nas manhãs e tardes

Em noites de lua e de estrelas

Imaginava Milho Verde bela

A imaginação criou pernas

Seguiu por estradas próprias

Embrenhou em matas e cascatas

Viu quatis viu juritis

Cobras cabras calangos e tamanduás

A imaginação chegou primeiro lá

Em Milho Verde cravada

No topo da montanha...

Das montanhas gerais das minas

Com vistas para o Pico Itambé

: Assim Milho Verde é

A imaginação viu coisas

Viu estradas vicinais

Viu pontes pedras viu sinais

De crateras de priscas eras

Viu pousadas e artesanatos

Viu comidas saborosas

Noites de lua e de frio

Já o coração menos apressado

Chegou bem depois

Reparou em cada detalhe

Mania esta do coração

De ver tudo com cuidado

Viu mais pessoas que coisas

Reparou pouco a pousada viu Jacira *

O Mauro contando causos...

Por trás do balcão do Armazém

É Rita* que se admira

Mulheres de corações ternos

Uma negra outra branca

Ambas trabalhadoras

Conversa fácil e franca

No bar do Ademar tem o Ademar

Nas ruas de Milho Verde circulam crianças

Cachorros cavalos e bois

Que se misturam em perfeita harmonia

Compondo o ambiente de Milho Verde

Que tem no Bambuzinho bons vizinhos

E cultura que não se perde

Tem a Pousada do Morais e outras mais

Como a do André Luiz...

Milho Verde fica logo ali

Entre Diamantina e Serro

Em Minas Gerais

Não conhecê-la é um erro

* Ao retornar a Milho Verde recentemente soube que Jacira e Rita faleceram.