DEZ MINUTOS DE VIDA
DEZ MINUTOS DE VIDA
Horas agonizantes
Passam num tic-tac ritmado
Menosprezando os minutos
Tão preciosos para nós
Já na há vento e nem chuva açoitando o asfalto
Reina um lúgubre torpor de quietude
Nas chamas do calor impiedoso
Esperando a hora de transfigurar
Os rostos de desespero
Não importa o suor do passado
Nesse momento toda anatomia de um Ser se degrada
Lutando contra uma ilha solitária fechando o cerco
Isolando o mundo da fantasia que virou pesadelo
Nem um instante é permitido a gargalhadas
Um lampejo de tristeza infinita consome a curvatura dos lábios
Feitos para sorrir em deleite com os momentos de batalha íntima
Entre a fantasia e o mundo da liberdade
Preciso recorrer ao caminho da ilusão
E dissipar o encanto mórbido?
A adrenalina freará o ímpeto do pudor no abismo sem fundo?
Sinto-me como uma pétala
Repousando sobre ondas afoitas
Renovando a vida a cada segundo!
Ah memórias infindas!
Olhando-as de fora não passas de borrão sujo
Para momentos nostálgicos
Levando-nos ao irreal e a fuga da vida presente
Numa segunda olhada
Vejo o emaranhado de vidas passadas
Unindo-se na construção de um grande todo
Fazendo-se soberba diante do entardecer que sempre retorna
Não o mesmo entardecer e nem o mesmo homem
São vidas novas e tão fugazes...