FIM

Sou o poeta das ruas e recito

versos pobres e podres ...

falo do beco do mijo e dos

lixos nas ruas jogados.                                                     Dos Mendigos pedindo por caridade.

Poesias sem rimas e métricas :

A mãe que perdeu o filho.

O marido que descobriu a traição.

O indigente que foi jogado num buraco.

A mulher que foi espancada até a morte.

E pior ; por quem tanto amava.

Então ,apenas evidencio as páginas de

sangrentos e viciados jornais.

_ Não querem saber mais:                              

o sangue não é leite derramado ,não!

não há "trocadilhos".

_ Não está chovendo! ,são lágrimas

mesmo.

Os caixões ,não são presentes como

que embrulhados.                                                     Corpos agora são como copos vazios ...    

então ,também declamo os reclames

dos fulanos:

A alta na tarifa dos ônibus,

o remédio imprescindível e inacessível.

A cirurgia adiada de anos atrás.

A escola sem teto e os abortos dos fetos.

E assim como o crack vai dominando ...     

a corrupção vai "governando" como vírus    

se expandindo.

Tudo isso só rima com uma só palavra:

                  Fim.

                                                                                   

musquitin