PENÚRIAS

Ouço vozes tenebrosas

Em uma solidão sem fim

Barulhos de correntes

Fantasmas que chegam a mim

Sinto um cheiro fétido

Do desprezo vivido assim

Oh! Noites pavorosas

De torturante solidão

Adagas afiadas

A sangrar-me o coração

Que fiz ao nobre Senhor

Para viver tal aflição

São tantas desditas

A torturar minha mente

Sinto-me uma árvore daninha

Em meu ócio de doente

Sinto-me um cão vadio

Sofrendo de forma inclemente

Todas as penúrias que vivo

Nessas noites de terror

As lágrimas correm no rosto

Coração sangrando em dor

Tenho dúvidas se vale a pena

Continuar sentindo amor

Sono perdido e sonhos desfeitos

Tento adormecer

Mas vejo a noite se esvaindo

Vejo um novo amanhecer

Eu sofrendo calado

A espera de um novo anoitecer

Gonzaga Filho
Enviado por Gonzaga Filho em 04/06/2020
Código do texto: T6967887
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