MEMÓRIAS
Procura-se a alma escondida dentro de um corpo estranho,
Lembranças de um tempo perdido no precipício escalar
De uma vida medida na régua do destamanho
Na cadência do rebanho que para a ruminar.
Surpresas saem das caixas, abertas de par em par
E o que fazer prá lembrar rostos, sentidos, histórias
Se a dono das memórias foi-se a devanear
Na imaginação portentosa,
Ilusão maravilhosa
Onde se voa deitado,
Onde o véu esfarrapado
Balança soltando estrelinhas...
E num jogo de advinhas os dias se vão e voltam,
A verdade é uma anedota dita por entre os dentes
De um ser cego e demente
Que ora rir, ora chora...
Que mesmo sem ir embora
Já se foi prá não voltar.