Dilema

Causando-me entusiasmo e euforia,

após plangente jornada, uma nova perspectiva revela-se.

Observo a natureza , contemplo o verde, agora mais verde,

vejo sentido onde antes não via, descobri a poesia!

Constato possuir essência naturalmente paradoxa,

o que me deixa envaidecida, faz-me sentir indigna.

Dizem estar eu tentando chamar atenção, ganhar elogios.

Calo-me! Reflito sobre o meu real intuito ao escrever.

Percebo nada ter a ver com vaidade, mas com necessidade,

com o bem que isto me causa, renovando-me a cada palavra.

Porque é tão importante o que os outros pensam?

Porque os ouvimos mais do que a nós mesmos?

Uma insegurança de causa auto-crítica me divide.

A mim não deveria importar a opinião alheia,

mas somente a minha. Prossigo, ciente do que quero

e do que me faz bem, porque isso, somente eu posso saber.