Inocência
Drogas, sexo, becos imundos...
Mentiras, sarcasmo
e joguinhos com vidas medíocres.
Desejo pelo sangue, caindo num chão qualquer.
Bebendo pelas noites que ainda restam.
Rindo da desgraça de não ser mais.
Engulo com vodka a maldição de não crer
não sentir, não amar.
Troco lágrimas por música
um trago, um beck, uma dança
um transe num cômodo escuro.
Ao ir e vir de luzes,
fecho meus olhos...
A pureza está aqui.
No espelho, lápis, tinta, batom.
Um sorriso amargo,
à gargalhar desesperada.
O esmalte vermelho, um lindo decote.
Fecho meus olhos...
A luz ainda está aqui.
E vagando pelas madrugadas
há quem me ame,
quem me ignore,
há quem me deseje,
há quem me despreze,
quem me odeie,
e quem arde em ciúmes.
Eu sei... e danço,
rindo, viajo com um copo qualquer na mão...
E fica o desprezo pelos fracos.
E as lágrimas arrancadas pelos fortes.