Inocência

Drogas, sexo, becos imundos...

Mentiras, sarcasmo

e joguinhos com vidas medíocres.

Desejo pelo sangue, caindo num chão qualquer.

Bebendo pelas noites que ainda restam.

Rindo da desgraça de não ser mais.

Engulo com vodka a maldição de não crer

não sentir, não amar.

Troco lágrimas por música

um trago, um beck, uma dança

um transe num cômodo escuro.

Ao ir e vir de luzes,

fecho meus olhos...

A pureza está aqui.

No espelho, lápis, tinta, batom.

Um sorriso amargo,

à gargalhar desesperada.

O esmalte vermelho, um lindo decote.

Fecho meus olhos...

A luz ainda está aqui.

E vagando pelas madrugadas

há quem me ame,

quem me ignore,

há quem me deseje,

há quem me despreze,

quem me odeie,

e quem arde em ciúmes.

Eu sei... e danço,

rindo, viajo com um copo qualquer na mão...

E fica o desprezo pelos fracos.

E as lágrimas arrancadas pelos fortes.

Lady Marian
Enviado por Lady Marian em 22/10/2007
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