IMPERIOSA APARÊNCIA
Ela se esconde quieta nas grutas
Falso depósito de aluvião.
Lancinada pelo sol em lutas
Vence ao anoitecer, na escuridão.
Transforma-se, elegante e garrida,
Como taça inebriante, vulcão
Refaz-se, iça velozmente, altiva
Alva praça aconchegante à mão.
Dionisíaca oferece o torpor,
Dama da luz lá no alto passeia.
Alegria de Baco sedutor
A todas as gentes desnorteia.
Cumulus afastam-se servis
Ante tal imperiosa aparência.
Falsa escuna com ares gentis
De velas triangulares, a ausência.
Domina então, intensa, do céu rainha
A encantar janela minha e sua.
Brilha total na passarela, sozinha
Bela e magistral, Senhora Lua.
Dalva Molina Mansano