PRELÚDIO
Miro teus seios de viés.
Intento violá-los,
desejo ardente ou vil,
admirá-los, bajulá-los e, finalmente, mordicá-los
ao eco de teus gemidos de luxúria e cio.
Almejo eriçar-te do lado do meu beijo,
- sinal de minha importância -
trilhar as trilhas de teus suspiros insinuantes,
caminhos de desnudar teu véu,
e marcar presença estelar em teu céu.
Cobiço teu abraço,
tocar teu traço, úmido.
Enfunar velas em mastro, túmido.
Vibrar o pêndulo em todos os teus sinos,
aço e bronze, choques e hinos.
Desejo possuir todos os teus sexos,
bolinar teus anexos,
atingir o ápice de teu plexo,
em sublime instante,
perverter completamente teu nexo.
Anseio te provar por inteiro,
o ciclo de teu cheiro,
teus veios, lábios e meios.
Balbuciam e vertem
e ferve o sangue.
Digna-se de tomar vinho em todos os teus cálices,
degustar teu mel,
mas...
não prometo te amar,
nem provarei de teu fel.
Quero apenas pulsar.