anoitecendo

ao anoitecer, na calma

calamidade laminada,

lembro do rosto onde

tempo fez o seu trabalho,

nos seus pés feito em

letras de persistência,

do seu vestido sempre

bordado com o presente

que nunca se impõe, mas

surere com algo que lembra

um lar alegre e bem alinhado,

teu sorriso sem a áureola da

noite, seu falar onde o mundo

desdobrava num microcosmo

de outro cosmo mais vasto

e mais perigoso que esse

cigarro que sugo com a fome

de um demamado, sinto

raiva, ou será o ódio dos

escluídos, do que à margem

ver o mundo como passagem

e não como um lugar de encontro.

me sujo da dureza da gloriosa

profundeza dessa noite sem

crime, ou crise que nos inoportune

o juízo, não, somente o braco de

um inifito, onde as escoras não

suportam sequer o seu gemido,

noite das águas e dos pensamentos,

das imagens refletidas na retina

do presente, tão vivo e tão calamitoso,

rezo pouco e meu gozo não espanta

uma boiada, é da dor doer, como

é desse que sente seu direto de sofrer,

amar os primórdios, onde arredores

eram mistérios esclarecidos, mas

na real, o real não late com as botas

dos colonos, mas com o cinto dos condes,

dos reis, dos duques, dos homens armados,

que pela cidade, responde ao grito do alto,

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 07/09/2020
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