Amigo

Amigo olá amigo!

Vem perturbar-me com tuas mazelas,

Vem lamber-me o ouvido e fazê-lo de penico

Que por mim estou toda ouvidos.

Saber que és pra mim tão amigo,

Que prossigas com tua extenuante força de abrigo.

Pois amigo é pra essas coisas e mais um pouco...

Há quantas desfaleço em teus abraços,

Enchendo lamúrias, presságios, duras penas!

Encandescendo-me com teus beijos e afagos,

pois mora sempre dentro de meu coração como uma cama macia.

Vem fazer-me cafunés dentro de rede na varanda,

Vem soprar um daqueles beijos bem pequenos mas tão suaves!

Vem tecer-me de carinho e cobrir meus desejos,

Pois também apressa-te sempre a corroer-me as entranhas.

Tu conheces-me como a ti mesmo mesmo quando em prantos.

Vem amigo por essa caminhada torpe,

vem passar-me tuas dores infinitas e curar-te com meus beijos.

Vem salgar minha vida que por vezes doce!

Chamo-te de amigo pois tu fazes parte da minha alegoria.

Fazes parte de meus encantos nem tão desencantos.

Traga-me teu cheiro âmbar e goza meu deleite para sempre amigo!