SOLIDÃO

Os olhos se fecham...

O coração palpita inelutavelmente,

O som é um pipilar de passarinho

Voando rasteirinho... chorando baixinho... Sozinho.

Estou só, absolutamente só...

A alma grita um som mudo, absurdo!

Não ecoa pelo universo,

nem procura consolo para encantar meus versos.

Arde a necessidade de pertencer a alguém.

Juntar-me a uma alma ardente, quem sabe carente...

Mas inexplicavelmente meu.

Que me acorde para o sol...

Divida o brilho da lua...

Sonhe o meu sonho e pincele meu mundo de cor de rosa...

Que me ofereça uma rosa... que eu lhe dê um coração...

Sou um inepto assistindo pela janela a erma rua,

Desconsolada... Desvairada... Molhada...

Lutando com o tempo...

Contra o vento que corta a noite, mas não congela meus pensamentos.

A chuva cai caudalosa nos beirais das vidraças embaçadas,

Inundando a rua, desafiando a lua.

Dos meus olhos vertem lágrimas de dor e de busca,

Dor da solidão... E de busca pela vida.

Se ainda terei dias de sol e de luz... Não sei!

Mas hoje me sinto só!

Livro " Se as estrelas falassem... Silvia Trevisani