_ o pão nosso de cada dia _
atravessei os olhos das mães do Acari
e os sulcos de suas faces maceradas
atravessei cada um dos seus fantasmas
que pernoitam nos degraus da candelária
atravessei seus gritos que escoam para o nada
e a coragem inútil de seus passos desancorados
no esquálido estandarte de esperanças gastas
rasguei minha fé como os restos de suas mortalhas:
- o cristo que nos vela tem abraços de pedra !
Amina Ruthar