Amor de carnaval
Carolina das pernas finas,
entre confete e serpentinas,
a cada volta no salão
pisava mais meu coração.
Mortificado de ciúme
dos beijos de um lança-perfume
em seu rostinho, sem pudor,
eu ardia de tanto amor.
- Carolina, para com isso!
O teu olhar é um feitiço,
o teu corpo, uma catedral,
teu bailado, meu carnaval.
O meu consolo, todavia,
só veio no fim da folia.
Eu não pude ser o seu bem,
ela não quis ser de ninguém.
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Na ilustração, Baile a Fantasia de Rodolpho Chambelland (Rio de Janeiro 1879-1967).