JELIEL
ei, Jeliel,
meu anjinho da guarda,
parente de um querubim,
fica ao meu lado,
ao meu lado,
meu lado
[não sai de mim]
trinta mil pés de altura,
medidos,
do céu ao chão;
mas, aí meu Deus, como os anjos são altos
[sobe mais não]
aconteceste em um dois de junho,
para me atucanar –
mas qual criança não faz coisa errada?
[deixa pra lá]
a tua sombra,
maior do que a minha,
só quer saber de abraçar, e abraçar, e abraçar;
quero nas nuvens outro pega-pega
[dá-me voar]
pede assim que o meu sofrer seja pouco,
que não me caiba o morrer,
só não te esqueças de mim, tão aos poucos
[hei de descer]
vem cá, já, já,
meu anjinho de guarda,
parente de um querubim,
deita ao meu lado,
ao meu lado,
meu lado
[dorme por mim]