Ostentações da Banalidade

Nomes perdidos no nevoeiro das lembranças,

atemorizados pelo presente, mortificados nos futuros,

desgastadas memórias em ténues esperanças,

desvanecidos com os incessantes nascituros,

extirpadas vivências inconsequentes,

fúteis poderes impostos maleficentes.

Contundentes aniquilações das culturas,

em inóspitas e indecifráveis sepulturas,

perdidas dos sentidos, da consciência,

extemporâneo extermínio de pensamentos,

perdidos em folhas, em lágrimas, em desalentos,

extinções indolentes dos reconhecimentos.

Exíguos queixumes desarmoniosos,

perdidos nos emaranhados dos sentidos,

rudimentos que se ocultam,

camuflados pela história,

desaparecidos da memória,

extintos de nunca possuírem uma glória.

Consumações das exclusões,

perdidas no tempo, nas desilusões,

mentes apagadas nas supressões,

indagavam, clamavam, exteriorizavam,

realidades que se perdem, entregues ao abismo,

realidades que se perpetuam no selvagismo.

Vociferadas as existências pelas sombras,

inquietas consciências de passado apagado,

sonhos de poder sonhar no sonho acompanhado,

licitudes de uma possibilidade impossível,

anseios de uma emergência impreterível,

incontornável existência submersível.

Corrosíveis demências que se ostentam,

conformidades que nas mentes desalentam,

abjectas virulências que se propagam,

vivências formosas e frondosas que se apagam,

devorações do genial,

vangloriações do banal.

Publicado originalmente em: www.liverdades.wordpress.com

Bruno Miguel Resende
Enviado por Bruno Miguel Resende em 05/11/2007
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