Espelhos Soturnos

Espelhamentos de penumbras mórbidas,

tepidez que encrespa os corpos em sussurros,

mentes extenuadas nos espectros obscuros,

meras silhuetas indiscerníveis que se imobilizam,

submissas aos áridos ventos que deslizam,

rangem os movimentos ténues das existências,

lânguidos olhares vácuos em delinquências,

precipício invisível que se metamorfoseia,

complexidades em condescendências,

algozes brisas que atemorizam as entranhas,

usurpam os âmagos em demências.

Os espelhos invertem as predisposições,

dos nirvanas se emanam putrefacções,

condolências perante os êxtases,

indigências das claridades assombradas,

nas paredes carcomidas serão emolduradas,

resquícios de relampejos as iluminam,

aos silêncios soturnos se destinam.

Publicado originalmente em: www.liverdades.wordpress.com

Bruno Miguel Resende
Enviado por Bruno Miguel Resende em 06/11/2007
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