Figuras de outro contexto

Desde sempre como nunca

Pessoas e passos descem ladeiras

Sobem escadas, tropeçam no vento

E não deixam pegadas

Só marcas perdidas de uma história contada

Talvez nunca, como sempre vivem distantes

Do chão onde pisam e não dizem nada.

Corpo errante na calçada

Mente ausente, displicente

Mera figura, velha e cansada.

Em grandes espaços, pessoas escassas

Fazem histórias sem lacunas

Fluem mundo a fora

Como o rio busca o mar

Inundando mentes

E seguindo em frente

São figuras de outro contexto

Conteúdos de algum livro, ainda não lido

Mas sobem ladeiras e descem escadas

Como quem sabe aonde ir

Mostrando o sentido e fazendo a estrada

Conhecem o norte e sem pressa

Têm a beleza do caminho

E a certeza da chegada.