Sob a pele
Quando tudo parece mal,
O corpo arruma um jeito de se organizar
As dores que ficam sob a pele
Quase ninguém vai suportar.
Olhar-se ao espelho te traz muita dor,
Mas se ver refletido é sinal pra sentir-se vivo
Reestruturar as feridas e seguir
Na esperança de que se veja
o reflexo do que se realmente é.
Tudo parece tão elástico
Que não se ouve voz de coração
Razão que grita em profundo silêncio
Acaba ecoando além da voz
Tudo se quebra.
A fragilidade de ser
Implica no vazio que se é
Chove-se por dentro
Ri-se por fora
Olhos fechados, aflitos
Medos, inseguranças, inconsciências
Tudo-nada disputando quem ocupa maior lugar
Sob a pele.