Sob a pele

Quando tudo parece mal,

O corpo arruma um jeito de se organizar

As dores que ficam sob a pele

Quase ninguém vai suportar.

Olhar-se ao espelho te traz muita dor,

Mas se ver refletido é sinal pra sentir-se vivo

Reestruturar as feridas e seguir

Na esperança de que se veja

o reflexo do que se realmente é.

Tudo parece tão elástico

Que não se ouve voz de coração

Razão que grita em profundo silêncio

Acaba ecoando além da voz

Tudo se quebra.

A fragilidade de ser

Implica no vazio que se é

Chove-se por dentro

Ri-se por fora

Olhos fechados, aflitos

Medos, inseguranças, inconsciências

Tudo-nada disputando quem ocupa maior lugar

Sob a pele.

Gilson Azevedo
Enviado por Gilson Azevedo em 02/06/2021
Código do texto: T7269607
Classificação de conteúdo: seguro