RABISCOS.
Ela me varreu
com olhar bucólico,
eu planei sobre
estrelas,
depois pousei
na eternidade.
De manhã
quando o vento
me soprou,
a janela estava
aberta,
e ela me olhava
querendo me
despertar.
Uma gota
pingou,
o solo seco
sorriu,
uma semente
germinou,
olhos brilharam,
tudo estava por
um fio,
até pingar uma
gota.
Não quero
mais nada,
além desta
brisa e este sol,
que me
assoberba.
Ontem
um pouco de mim,
era poesia,
hoje sou versos
por inteiro,
somos pedras
rolando num rio,
até se realizar.
Ele me disse,
me dê pão!
a fome é maior
que eu,
sou Luiz,
sou gente,
tenho sonhos
e solidão,
mas agora,
só quero pão.
Minha alma
é um deserto,
dela só eu sei.
Me dê pão,
para eu planejar
o próximo passo...
Lhe confesso,
ali rolou um rio,
hoje rola meus
olhares,
sobre o capim que
alimenta o gado.
Quando durmo,
ouço aboiados,
o sertão mora
em mim,
sua cultura me
invade,
morro na metrópole,
até quando devo
suportar este fado.