RABISCOS.

Ela me varreu

com olhar bucólico,

eu planei sobre

estrelas,

depois pousei

na eternidade.

De manhã

quando o vento

me soprou,

a janela estava

aberta,

e ela me olhava

querendo me

despertar.

Uma gota

pingou,

o solo seco

sorriu,

uma semente

germinou,

olhos brilharam,

tudo estava por

um fio,

até pingar uma

gota.

Não quero

mais nada,

além desta

brisa e este sol,

que me

assoberba.

Ontem

um pouco de mim,

era poesia,

hoje sou versos

por inteiro,

somos pedras

rolando num rio,

até se realizar.

Ele me disse,

me dê pão!

a fome é maior

que eu,

sou Luiz,

sou gente,

tenho sonhos

e solidão,

mas agora,

só quero pão.

Minha alma

é um deserto,

dela só eu sei.

Me dê pão,

para eu planejar

o próximo passo...

Lhe confesso,

ali rolou um rio,

hoje rola meus

olhares,

sobre o capim que

alimenta o gado.

Quando durmo,

ouço aboiados,

o sertão mora

em mim,

sua cultura me

invade,

morro na metrópole,

até quando devo

suportar este fado.

Angelo Dias
Enviado por Angelo Dias em 13/06/2021
Código do texto: T7277819
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