CÉTICO
Ontem, senti medo,
hoje, eu sou praieiro,
já não sinto nada,
já não me assombro,
nem com a mortandade,
e sigo, estradeiro.
Em tudo há o mito,
dos tupiniquins.
Hoje, sou arauto
das coisas naturais,
deleites, afazeres,
sou presença assídua,
nesses botequins,
das insaciedades,
sou pura ansiedade
e sinto essa vontade
de sair por aí,
a falar de prazeres.
Já não perco tempo
com reflexões.
O risco é abstrato,
parece ilusões
dos exagerados,
mero ponto de vista.
Ainda que o decesso
circunde a experiência,
prefiro ser o cético
da adversidade.
Se há tantos extintos,
se não são dos meus,
então, vou circular,
viver a excrecência,
seguir os instintos
e ser normalidade.
Não creio no espectro!
Sou negativista!
Messias, 02.07.21