Misteriosa
MISTERIOSA
Vestiu-se de mistério
Num desconforto aparente
Revestida de pouco brilho
Não quis se desfazer
Os olhos correndo por toda a casa
E ela perseguida
Adeus sem despedida
O batom irretocado, breve sorrir
O mistério vestiu-se de rua
Um homem atravessando-a
Nas mãos uma rosa vermelha
O andar perdido
Magoado sem saber porque
Foi um arrependimento, um deslize
Um olhar mal interpretado
A derrota vestiu-se mistério
A loucura voou aos gritos
O andar era torto
Mas se desfez com a solidão
E o andar vestiu-se de mistério
Pesquisando pedras
Vê o mistério em pedaços
Enfim
O mistério vestiu-se de mistério
A cabeça doeu muito.