Cigarro de palha

A poeira da estrada

Que o carro véio levanta

Enche de nó e faz trança

Os cabelos da menina

E cá nos meus pensamentos

Fumo um cigarro de palha

Sentado numa toalha

Feita de folha de urtiga

Ah! Quem dera eu ser artista

Pra cantar esse lamento

Que é todo de sofrimento

E faz os meus olhos chorar

Assum preto eu seria

Na dor que trago no peito

Pra cantar todo o mal feito

Que eu vejo nesse lugar

Deus na certa me ouviria

Ainda que um tanto paciente

Deus! Ó céu tão inclemente

Semente vingue em meu chão

Pois se cidades se fartam

Da falta que me é demais

Será o céu de seus quintais

O mesmo céu do meu sertão?

Senhor! Tenha piedade...

Ou será que largou de mão?

petronio paes frança
Enviado por petronio paes frança em 09/11/2007
Reeditado em 11/07/2016
Código do texto: T730726
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