No meio do Pântano tinha uma Flor
Lutar, lutar é a maior grandeza
Pela harmonia dos povos e do saber.
Mas, ao que parece, aqui ruge a Fraqueza
Montada em cavalo de aço, a escarnecer...
E dotado de magia, entre nós, renasce
O panteão da Bela Flor, vestido de rara beleza,
Que sempre cortejado pelas várias faces,
É o mais vivo Museu da Língua Portuguesa
Surgiu um transeunte diante do prédio
Que ao mundo gritava: “Onde está o mito?”
O profundo silêncio fez-se de intermédio,
Trazendo, em si, o maior veredicto
Veio Portugal e honrou a nossa Língua
Tal aquele pai que não esquece o filho.
Enquanto isso, a nossa Pátria... , à míngua,
Soterrada no pântano com seus crocodilos
E fazendo história entre sotaques e falas,
Veio Cabo Verde, veio também Angola...
As nações de África que nunca se calam,
Quando povos juntos fazem a própria hora
Um homem tosco, exasperado, ao longe...
Confundia-se muito com o seu animal de aço.
Nem tinha noção da língua quando “tongue”,
E nem sabia regar a nossa Flor do Lácio
Pelas entrelinhas, o mundo se perguntava:
“Será que uma vez Colônia, sempre Colônia?”
De tão difícil a resposta, ninguém lhe dava;
Pois o "Novo Mundo" envelhecia na insônia...
Assim, a Fênix da Língua abria as suas asas...
Com retalhos de povos e toda a sua cultura.
E tudo se fazia unir na teia das palavras
A revelar, intensamente, o Criador na criatura