Preso em seus desalinhos

Preso em seus desalinhos

Um homem se cobriu

De ferros e espinhos

Um boi berrou

Ele não ouviu

A chuva brincou

Ele ignorou

Uma flor sorriu

Ele nem aí

O sol lhe acenou

Ele deu as costas

Deixou cada espinho

Entrar como prego na madeira

Roer como rato

Sua alma por inteiro

E assim foi seguindo

Sem achar encanto

Enquanto isso

A vida lhe sorrindo

Até que um dia

Na beira do precipício

Pronto a se jogar

Tirou o espinho do pé

E antes de saltar

O alívio que deu

Começou a voar

E viu que tudo era

Apenas uma questão

De tirar o espinho do lugar

Paulo Luna
Enviado por Paulo Luna em 16/09/2021
Código do texto: T7343934
Classificação de conteúdo: seguro