Fadiga
Levo-te para a cama, sem querer
És como pulga ou percevejo
A ti, não vejo
Mas te ouço na parede bater.
Levo-te, sem querer, para a cama
E nela não estou inteiro
Louco ou bombeiro
A postos para apagar a chama.
E quem me ama vê
A nós dois de mãos dadas
Nenhum conto de fadas
Talvez antigo clichê.
Insônia ou pesadelo
Papéis que definem o meu.
Não me considero teu
Nem poderia sê-lo.
Amanhã tu ficarás lá fora
Com teus tentáculos gigantes.
Onde está a leveza de antes?
Dou-te apenas algumas horas.