FLOR DAS MARGENS.

Do que vale o espiar

atento dos olhos,

se as retinas

forem de pedras.

Serão olhos mortos

aos olhos da pétala

que se estampa

no galho alado.

Passará então as asas

do vento entre

os sistemas do seu

corpo morto.

E nem sentirá,

o inquietante frescor

do abanar das asas

do pássaro

que morreu em ti.

Então, possivelmente

veras o tempo perdido,

se a pedra que

endurece os olhos,

não tenha atingido

o intento dos

demais sentidos.

O espiar de pedra,

as retinas mortas,

não te darão

o prazer absoluto

de sentir a vida.

A vida é um lento passo

para a sensação

de um fugaz sentido,

a vida, as vezes é

flor das margens,

que murcha sem ser vista,

e não sendo cortejada,

não é vivida.

Angelo Dias
Enviado por Angelo Dias em 27/09/2021
Código do texto: T7351641
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