Inexorável
Era noite. Escuro na rua e na alma.
Vazio preenchendo tudo.
O silencio gritando dentro de mim
Numa revolta passiva.
Coração se dilacerando em cada batida incontida.
Gosto de insatisfação na boca.
Nos gestos vagos, incertezas
Na frustração o véu da mágoa cobrindo tudo.
Acabou... e quando foi o começo mesmo?
Os passos sozinhos não constroem
Palavras perdidas não tem respostas
O amor unilateral não constrói sonhos a dois
Lágrimas caem dum poço de angústia sem fim
E no fim perdura a certeza do que nunca foi.