Perfil

Algo ou alguém,

Afinal tão supérfluo é

Quem és, quem sou,

Num mundo de ninguém,

E que alguém, ou talvez ninguém,

Nunca possa ser mais do que aquilo

Que negou.

Trago-te a ti o meu verso,

Humilde e discreto,

As vezes sujo, outras impróprias,

Derrotado ou voador,

Mas de tudo isso que importa?

Se ao virastes as costas,

Esqueces até mesmo de ti,

E de todo seu viver.

Vai ver é assim mesmo,

De costas, fecha a porta,

Sem se preocupar com outrem,

Com todo mundo, com ninguém,

Pois ser quem sou,

E o que tu és,

Não importa.

Feche a porta.

Voa comigo.