somos feitos de crise

somos crises

somos caos, porque

nosso projeto ainda

anda,como anda as

moças a caminho da discoteca,

não somos paredes,

mas a queda frequente

de seus prumos

morremos e nascemos

no mesmo instante

e durante toda a vida

não lute, nem

labute, a dor é só

um refresco para novos

rostos, o que foi,

foi, agora, deixe o rio

cumprir sua jornada,

seu caminho, como tanto

carros que vemos na estrada

o que foi, foi, precisa morrer

para que o chão de um novo

amanha se prepare no seu

proprio ser, a jornada

é longa, mais que a rio

bahia, tão extensa

como amazonas ou do Nilo

é insatisfeita e perigosa,

o que foi, foi

não existe, savo

na memória, cada

crise é uma morte

entrelaçada ao nascimento

nascer é morrer

e morrer é nascer,

mas teu gesto aprendido

tem mãos firmes e arranca-lo

do pescoço não precisa

de força, mas de espera,

basta não fazer nada

para que a vida faça

seu trabalho, o ser

é eterno, mas não é permanente

não é o mar que muda (mas muda também,

pois ele é um ser)

mas o banhista que

se deixa mover, porque

antes de tudo, ama viver

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 02/10/2021
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