LEMBRANÇAS DE UMA NOITE.
Ajeito o travesseiro,
coço a cabeça.
A noite começa a castigar,
coloco no nada o olhar.
Estico ebúrneo lençol
desfaço do bigode o nó.
Apago a luz embaçada
no escuro dou risada.
Me banho de todas ilusões,
bebo e como porções de solidão.
Me apequeno tal qual um bobão,
viro, remexo sem intenção.
O passado me espeta,
a pontas de agulha fina.
Enquanto a noite vai passando,
vou ansiosamente despertando.
Nesta noite de longa tormenta,
vou olhando a cama dormir...