Pão branco

Desconfortável conforto,

És cama de pregos

Em quarto decorado

Aos fugitivos do passado,

És ideal, não nego;

Portadores de peso morto.

Desconfortável conforto,

És soma de apegos

De belos covardes.

Lá fora, o sol que arde

Vê o desassossego

De um convívio de pé torto.

O tempo desliza,

Ri da total inércia e corre

E o que se precisa

Por não ser dito, morre.

Conforto desconfortável

És dor e lentidão

Em seus disfarces.

Tua enrugada face

Mostra ao coração

Diante do inevitável.

Tom Cafeh
Enviado por Tom Cafeh em 13/10/2021
Reeditado em 13/10/2021
Código do texto: T7362733
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