Pão branco
Desconfortável conforto,
És cama de pregos
Em quarto decorado
Aos fugitivos do passado,
És ideal, não nego;
Portadores de peso morto.
Desconfortável conforto,
És soma de apegos
De belos covardes.
Lá fora, o sol que arde
Vê o desassossego
De um convívio de pé torto.
O tempo desliza,
Ri da total inércia e corre
E o que se precisa
Por não ser dito, morre.
Conforto desconfortável
És dor e lentidão
Em seus disfarces.
Tua enrugada face
Mostra ao coração
Diante do inevitável.