No meio do nada
Num lugar sem nada
o tempo menino
corre e não se cansa
galopa para chegar primeiro
à água cristalina e mansa
molhar o rosto, clarear os pés
e depois segue livre
desafiando o arrepio,
o mágico medo
o susto a cada pio
caminha sem fome
entre os arbustos
em paciente procura
por frutas maduras
bolso cheio
pedra lisa vira mesa
onde a aventura é colocada
Ah, mundo
o tudo que cobiças
pode estar logo ali
lado a lado com o nada