O pendular do vazio
Eu sou tão ansiosa que arranho meu braço as vezes,cortei as unhas,mas ainda assim estou aqui com marcas pelo braço..
Não sei mais o quê fazer..
Aliás já faço uso de tratamento pseudo médico aprovado pela sociedade...
Vejo minhas fotos e estão lá as pernas marcadas, os braços, o rosto, basicamente sou um acúmulo de marcas, manchas, rugas, estrias e celulites.
Eu sempre fui esse emaranhado de marcas, física e psicológicas, nunca antes me incomodou, mas hoje eu vejo o que sou quando estou com os filtros das redes sociais e o tanto de elogios que recebo online….estranho odiar isso?!
Na vida real eu passo tão despercebida pelas ruas, quando saio de casa, quando estou sorrindo educadamente ao cliente, nenhum nota uma beleza, apenas fixam seus olhares nas olheiras, nas espinhas no cabelo… ou apenas eu...talvez somente eu veja tudo isso, mas naquela foto rindo, daquele dia nublado, eu vi as marcas, mesmo usando meu melhor vestido, era apenas uma embalagem linda e agora eu vejo o quão discrepante seria estar ali…
Eu vou e volto em temas superados, findados como um pêndulo, querendo força para lançar-se longe de toda a zona de conforto que me confronta diariamente em ser como sou.
O pendular desses dias vazios de atividades e cheios de recordações, só faz-me mal/mau.
Não é dúvida é realmente estranho essa certeza inata de não pertencer a lugar algum, sequer a mim mesma.
Vejo-me entre tantas recordações alheias, de dias felizes e suprimo a voz a dizer que tudo falsamente ensaiado..
Agora que começo a me impor, negar vontades e falar as verdades, fico cada vez mais solitária.
Talvez seja isso.
Eu vim apenas para ser ponte e nunca abrigo.
By Lilyth Luthor