Poder

Como posso dizer-me contente,

se meu coração suspira

por momentos de angústia e de desilusão,

sem fazer-me contente e preso à uma corrente?

Sei bem do que preciso

das coisas que me são benéficas

e do que me faz pensar bem

e do que me faça ser alguém.

As águas correm com a velocidade dos ventos

e os pássaros cantam à luz do sol

à sombra das palmeiras onde vivo

encostado, aos meus sonhos e meu tento.

Agora chora, coração apedrejado

donde vens amargurado por tanto almejo

do calor de quem trouxe com o lampejo de seu sorriso

a escuridão d'alma sorridente por desespero.

Até tu

que sempre foste quem esperei

e que me trouxe a beleza de ser

quem não pude e ansiei

sendo agora o alvo

dos causos de solo me vagar.

As lágrimas correm por entre minha face

com o rosto descansado

no braço que se apóia na janela

de quem espera descansar à luz do luar

e ao som da noite cinzenta e crua.

As palavras soam com liberdade

na boca de quem tem insanidade

e falam sem pensar em como pode ser feito

este pequeno ano de tão grande efeito.

As coisas pareciam tão fáceis

Como era fácil, levar tudo adiante

De repente se torna tão sombrio

Sem ter você aqui comigo.

Por que faz isso comigo?

Me machucando em pensamentos e atos

me roubando o pouco que ainda resta

Do que quase pela porta, escapa em fresta.

Como pode ser tudo tão difícil?

Mesmo depois de termos feito planos juntos,

e que agora não passam de mera saudade,

que marca e que machuca, um coração que já não dói mais...

Rafael Rezende
Enviado por Rafael Rezende em 15/11/2007
Reeditado em 15/11/2007
Código do texto: T738598