Eu estive no silêncio

Eu estive no silêncio

De uma roseira sem rosa

Milímetros são quilômetros

Para o advérbio da formiga

Vomitam pelos canos as armas

Ferozes balas saem quentes

Atravessam carnes rentes

Rompendo ossos dilacerando fígados

O universo já basta

Em sua essência florescente

Enquanto aqui nasce gente

No infinito estrelas se amam contentes

Um cachorro passou

Com seu osso na boca

Uma menina com fome se consome

Onde está osso que não me deram?

As promessas eram mortas

Nos depois do jogo

Quando meu time

Tomou uma goleada

Foi que eu pude ver

Que do mato não sai coelho

Caolho o estrume do capeta

Entrou numa porta

Saiu na linha torta

Tanto faz se chova ou não

Esquálido asceta

O mendigo estende a mão

Paulo Luna
Enviado por Paulo Luna em 17/12/2021
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