Realidade
Dá-me tudo de mim p’ra mim.
Cria em ti o meu próprio ser.
Faz-me amuleto de marfim
E sê-me a fé que eu não sei ter.
Dá-me sorte, dá-me vida,
Sê as mortes doutras vidas.
Rouba a dor adormecida
Das ainda não vividas.
Acredito em ti por ti
Oferecendo-te existência.
Entre o que olho e o que não vi
Permanece a tua essência.
Mantém-te em mim também
Assim petrificada.
Aqui serás alguém;
Fora serias nada.