Nesse cotidiano oprimido

Nesse cotidiano oprimido

Em que navegamos um barco

Povoado pelos parvos

E pelo surdo medo

Do naufrágio da dor

Cotidianamente oprimidos

Pela escassez e pelo terror

De sermos condenados

Por existir

Acusados de cometer

Crimes nem sonhados

Embalados em invólucros

Que nos tolhem a vida

A dança e o florir

Cotidiano em que o ar

Que pensamos respirar

Talvez seja apenas

O gás ardente

Que sufoca o condenado

Paulo Luna
Enviado por Paulo Luna em 07/01/2022
Código do texto: T7424227
Classificação de conteúdo: seguro