Há aquelas pessoas que surgem suavemente com sorrisos contagiantes e encantam.
Com o passar do tempo algumas que em nome de um sentimento especial, que dizem ter desenvolvido, podem transformar em turbulência a paz interior de quem as recebe com os braços abertos e com carinho.
A concentração que no início era na suavidade e nos sorrisos contagiantes trazidos com suas presenças, passam a ser tormentos que vão demonstrando por causa da inconstância de suas personalidades, que horas morrem de amor por nós, outras morrem em si mesmas ou, ainda, morrem de amor por quem afirmam não morrer.
Cada alguém que surge em minha vida é recebido como uma visita ilustre. Prontamente há em mim a receptividade em receber. Assim sirvo-lhes, sempre que chegam, café fresco e aromático. Enfeito a minha casa interna com flores coloridas e alegria sempre que me visitam.
Mas, eu fico triste com as visitas que recebem todo o carinho e preparo em prol de sua chegada e todas às vezes, ao irem embora, antes de saírem destroem o arranjo de flores e deixam marcas dos sapatos sujos, com os quais entraram, sem o menor cuidado, em meu coração.
Chega um momento em que não quero mais receber essas visitas.
Resisto em fechar as minhas portas internas. Reluto em dizer-lhes que o mesmo carinho com que recebo, gosto de ser visitada.  E por mais que eu tente continuar recebendo bem, com felicidade, chega o momento que preciso decidir entre continuar recebendo visitas que não sabem tirar os sapatos sujos, para entrarem em minha casa, e que destroem, mesmo que involuntariamente, as minhas flores internas ou fechar as portas do meu coração.
O que não é bom não posso deixar ficar, porque somente quero em minha vida e em meu coração os sorrisos e a suavidade do ser que, ao chegar, é o que traz consigo.