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por todos os momentos em que nada mais sobrava sem ser o silêncio

em que buscavamos pelas sentinelas que tomavam cuidado de nós

abreviando a vida, em contexto de radicalismo social, num animado exercício

de desprezo pelas razões, pela vida em que morríamos de maneira atroz

 

renascendo em seguida, para sofrer vezes sem fim, num cinzento solstício

é para poucos, apesar de tantas promessas, de fazer e acontecer

a gratidão, os pós que tapam a vista, para sobressair a soberba no precípicio

a cruel necessidade de colocar pés em cima da dignidade, para depois morrer

 

o que quero adiantar, antes que o mundo chegue ao fim de dias pouco iluminados

e que o sono se torne eterno, num turbilhão de loucuras inimagináveis

é que estou grato por me teres feito chegar aqui, vivo para os que frustrados

queriam que o lodo me envolvesse, a brisa é outra, os dias são mais hábeis

 

Manuel Marques
Enviado por Manuel Marques em 17/01/2022
Código do texto: T7431433
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