UM ABRAÇO QUENTINHO

Há um frio pairando no ar e minha pele

Se dobra à friagem inesperada

O frio é como uma dor que mal curada

Nos pega de supetão e nos machuca

Um tremor balança todo meu ser

busco agasalho num casaco esquecido

que como um amigo distante, mas querido

vem socorrer-me numa necessidade

Este frio me faz perder parte da vaidade

porque me deixa com um ar de fragilidade

pedindo arrego a um casaco velho

Me faz sentir a ausência de algo qualquer

que ainda que tarde quando vier

vai me devolver toda a energia de um dia

E no calor eu vou me esquecer

de que sem proteção não posso viver

e este esquecimento será meu egoísmo

Não quero, porém, ser forte

tampouco da solidão quero heroísmo

que venha o frio me fragilizar

pois tendo um cobertor para me agasalhar

sentirei o abraço do amigo certo

Aquele que esquecido, está perto

e não me deixa em necessidade

pois como metáfora de sua amizade

nele me sentirei protegida

e, portanto,

mais segura, mais feliz de minha vida.

Regina Souza Vieira
Enviado por Regina Souza Vieira em 19/11/2007
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