Meu ilustre companheiro

Meu ilustre companheiro,

Sou eu mesmo.

Solitário no escuro,

Ou acompanhado pela luz que incide

Nos olhos.

Companheiro das noitadas

Afoitadas no semblante

Quase um implante alucinógeno

De um além vivo.

A voz que busca

Os efeitos que foram feitos

Degustam sob o paladar

Da vida viva.

Sou eu mesmo,

Preso na neblina

Costurando a retina

Com a linha da manhã.

Fazendo manha

No colo do dia seguinte

Com requinte, adormeço debaixo da sombra

da minha língua esticada.

Meu ilustre companheiro,

Sou eu mesmo.

No ato da desordem

Ordeno-te amigo nato.

Rommyr Fonttoura
Enviado por Rommyr Fonttoura em 20/11/2007
Reeditado em 20/11/2007
Código do texto: T744470
Classificação de conteúdo: seguro