Como um dia eu prometi

Nada do que existe mais me basta!
Eu quero coisas novas,
inigualáveis,
inexistentes até que eu as descubra,
que eu as invente,
e desse modo esquecer tudo o que houvera
como se nada tivesse sido até então.

Quero entrar em gestação
e que ao fim da estação
eu encontre o limiar de uma nova era,
e que dentro de mim saia uma nova vida,
uma vida nova,
e que a minha, deixando de importar,
deixe mesmo de existir,
deixe até de incomodar,
que se acomode em mim,
assim, por fim,
tudo o que não foi perfeito,
bem-feito, sem jeito,
que não tem conserto.

E que nessa nova vida
eu possa então ser tão feliz
como eu me prometi.