No oco do precipício

No oco do precipício

O poeta se inclinou

Viu poemas inenarráveis

No abismo que criou

Encostados nas feridas

Versos de toda cor

No vazio da queda

Nem alegria nem dor

No silêncio da frase

Cada mundo que se criou

Pedras tão frondosas

Que nem a água desgastou

No abismo sem fim

Só o poema ficou

Paulo Luna
Enviado por Paulo Luna em 18/02/2022
Código do texto: T7455482
Classificação de conteúdo: seguro